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História

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Bonfim Paulista - Distrito de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Data de 03 de outubro de 1902 a sua criação.

Fundada em 10 de fevereiro de 1894.

O antigo povoado, conhecido como Viaduto, foi em 1893 denominado Vila Bonfim, em homenagem ao fundador Francisco Rodrigues dos Santos Bonfim (+).

Foi elevada a categoria de Paróquia pela Portaria de 20/12/1898, pertencendo à Diocese de São Paulo, sendo que em 25/12/1898, foi nomeado seu primeiro vigário. A primeira Capelinha foi fundada em 1894, sendo Padroeiro da freguezia Bom Jesus de Bonfim, festejando-se também São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora. No final do século passado a Vila contava com aproximadamente seis mil habitantes e quarenta fazendas povoadas, não muito distantes da sede paroquial. Com o Decreto da Nunciatura Apostólica do ano de 1908, foram designados os limites da nova Diocese de Ribeirão Preto, passando a Vila para essa Diocese. Aos 20 de abril de 1914, o então Bispo Dom Alberto José Gonçalves, nomeou o Pe. Canuto Amarante, Vigário da Paróquia, que ali ficou até sua morte a 13 de junho de 1950.

Trata-se de localidade aprazível.

Bonfim Paulista, foi servida pelo serviço telegráfico de Estrada de Ferro Mogiana, inaugurado em 1883.

O Cartório de Registro Civil e Anexos de Bonfim Paulista foi criado em 12 de janeiro de 1901 e instalado em 12-01-1903. Foi seu primeiro titular Antônio Ignácio Engracia, Seguiram-se, José Correa de Lacerda, Oswaldo Sampaio, Eduarda Barrozo Moreira e Hiroko Kobayashi de Moraes. A primeira escritura foi lavrada em 28 de fevereiro de 1903 e o primeiro registro de nascimento foi de Alfredo Pujol, em 12 de janeiro de 1903.


Bonfim Paulista: Um distrito com qualidade de vida

O distrito de Bonfim Paulista, desde a época em que era minúsculo vilarejo, há cerca de 150 anos, chamado Viaduto, às margens do ribeirão Preto, até hoje conserva todas as características culturais arquitetura, comportamento, lendas, festejos, etc, etc. Claro, com algumas adaptadas dentro de vários aspectos decorrentes da evolução natural.

Mas analisando num contexto amplo, sem dúvida, o distrito nunca perdeu sua identidade, assim como tantos outros perderam, apesar de já ter sido chamado por quatro nomes diferentes no decorrer destes dois últimos séculos.

Depois de Viaduto, por volta de 1870, já estava sendo chamado pelos moradores de Gaturamo. Quando a moda começou a pegar, surgiu então lei municipal, de número 22, instituída no dia 28 de dezembro de 1893, transferindo o nome de Gaturamo para Vila Bonfim. Nome este, que por sua vez ficou até outubro de 1902, quando então fixou-se a lei de n° 890, mudando definitivamente o nome do distrito para Bonfim Paulista.

Hoje com aproximadamente 10 mil habitantes, 430 mil metros quadrados, localizado há vinte minutos de Ribeirão Preto, o distrito vive diante de uma situação privilegiada. Seus moradores, em sua maioria, estão com o mercado de mão-de-obra garantido e diversificado, justamente por estarem cercados por uma região potencialmente rica em seus recursos e, principalmente, porque ainda contemplam o clima de cidade pacata, sem violência e correria, típica dos grandes e médios centros urbanos.

As gerações passadas do distrito, apesar de estarem cercadas pela monocultura da cana-de-açúcar, em grande parte ainda preferem manter o plantio diversificado de grãos e outros tipos de alimento, trabalhando numa das melhores terras (lacto-solos de terra roxa) do Estado de São Paulo. São eles que conservam boa parte da cultura do distrito, fazendo com que nas ruas ainda se veja carroças, charretes, cavalos e muitos cachorros transitando, além das reuniões de famílias nas portas de suas casas todos os finais de tarde.

Já as novas gerações, preferem mais, pelas próprias condições da época, trabalhos voltados para a produção urbana. Indústrias como a 3M, Renk Zanini, etc. E, principalmente, lojas de departamento pessoal e centros comerciais como o RibeirãoShopping, Carrefour, Tend Tudo, etc.


Bonfim conta história de Bonfim...

O atual Distrito de Bonfim, antiga Vila Bonfim, pode-se dizer que é o início da própria história de Ribeirão Preto, se, com esta, mantivesse a intimidade econômica integrante da formação e desenvolvimento de qualquer centro, rural ou urbano. A afirmação é verdadeira, porque, comparando-se os reclamos atuais relativos e necessários de se industrializar nossa comunidade com o que foi dito, constata-se que no fundamental o que se pretende não é propriamente industrializar mas (aí é que se estabelece a ligação) reforçar o caixa, arrecadar mais. Portanto, se afirmar que Vila Bonfim é o marco inicial da cidade, faze-se para confirmar que nosso desenvolvimento deu-se por força da produção agrícola desenvolvida naquele distrito. Alguns anos antes do início do século, Bonfim projetava-se no cenário nacional como um grande centro produtor de café e as mais abastadas famílias de fazendeiros (então chamados coronéis do café), embora residissem em Ribeirão Preto, exerciam o peso, de sua influência na antiga Vila.

Vamos falar do primeiro trem. Há muito mais. Não se poderia também deixar de lado a figura do facínora da época, o Dioguinho, menos ainda dos políticos que agiam com o desembaraço que aos magistrados se permite, quanto a interpretar as leis (eles o faziam a seu modo... e de que modo!), as grandes festas de fogos de artifícios, dona Iria, Quinzinho da Cunha, Ernesto Shimidt. Bem vamos aos fatos.

O primeiro trem chegou a Vila Bonfim em 10 de fevereiro de 1896 e um mês depois meu pai inaugurou a Estação que hoje foi transformada em depósito e armazém.

Sabão nos Trilhos

"A Maria Fumaça não agüentou subir a serrinha de Cravinhos. Gemia como uma condenada, soltando fumaça prá todo lado e quase precisava ser empurrada para vencer aqueles poucos quilômetros. Foi meu pai quem mandou construir o reservatório de água para reabastecer a composição e aliviar a caldeira da bicha, mas, vejam só o que é a molecada, íamos prá estrada,, levávamos sabão e o escorregávamos nos trilhos, de modo que apesar da água que meu pai arranjou e do esforço geral, sempre que a gente aprontava, a Maria Fumaça gemia, escorregava, mas não saia do lugar"...

"O primeiro trem é sempre uma festa. Naquele tempo, aliás, tudo era motivo para grandes comemorações. O foguetório comia solto, sempre que um fato o permitisse. Fevereiro e Agosto eram dois meses de grande comemorações religiosas sobretudo em homenagem ao São Bom Jesus do Bonfim. Vinha gente de Cravinhos, S. Simão e de Ribeirão Preto, formavam-se comitivas especiais (trens) e os fogos coloridos embelezavam as noites aqui em Bonfim, já enriquecidas com a presença das mais belas e ricas mulheres da época. 


Coronéis e eleições

Diga, Bonfim, como funcionava a política, como atuavam os velhos caciques da época?

O Coronel Quinzinho da Cunha era o manda chuva e o coronel Américo Baptista aquilo que podemos chamar filho adotivo, tanto ele o queria. Quando a parada endurecia , o cel. Américo vinha e resolvia. Lógico, á sua moda. Vou contar umas das passagens e vejam como funcionava a coisa: eleição dura era a municipal; a para deputado não importava muito não. Numa e noutra, porém, o negócio era na base do recolhimento geral dos títulos. Antes da eleição, quando alguém morria ou mudava, o título de eleitor ia para a caixa forte, de onde saia somente no dia da eleição. O presidente da mesa eleitoral, certa feita, chamou um tal de João Maratini, descendente de italianos, branco como cera, e qual não foi a surpresa da gente quando lá do fundo da sala saiu um bruta negrão, azul de tão Preto. Com o título na mão, aproximou-se da mesa. Disse um dos mesários:

João Maratini?

"Sim sinhô", respondeu o eleitor.

"Chame o coronel Américo que aqui tem coisa errada" disse o presidente da mesa (primo do coronel, por sinal).

"Que é que vocês querem meninos?", perguntou Américo Baptista.

"Aqui tem coisa errada, coronel, esse negrão não pode ser o Maratini, que é filho de italiano... respondeu e informou o presidente da mesa. Ao que retrucou o coronel Américo:

"A quem é que você está querendo chamar de mentiroso? Se ele está com o título na mão e se diz ser o Maratini, fim, é o Maratini. Demais a mais, mentiroso é você que me deve 40 contos e não me pagou até hoje..."

E o negrão João Maratini votou. 


Dioguinho

E o famoso Dioguinho, onde é que entra na história de Bonfim?

"Essa peste era cumpridor de ordens dos coronéis. Quando a coisa adquiria um colorido não muito do agrado deles, o Dioguinho era chamado; engraçado, sempre através de cartas, o que demostrava que a turma não ligava muito pro negócio de se comprometer. Eles chamavam e o Dioguinho vinha, firme, se hospedava num hotelzinho aí da Vila e aguardava as instruções finais. Matava mesmo".

E o capanga que trouxeram para dar cabo dele, quem foi?

Ninguém sabe. O fato conhecido é que o Alexandre Silva mandou vir um moleque sei lá de onde, bom de tiro, e lhe deu instruções. Um mais vivo advertiu o Alexandre: "O que é você vai mandar fazer, capitão, se esse cabra matar o Dioguinho os coronéis vão cair encima dele, nem gavião, nem pintainho, não vai sobrar nada..."

E concluiu o Bonfim: "no dia seguinte acharam o cadáver do tal cabra bom de tiro". O capitão entendeu o "cair em cima dele..."

O Dioguinho, certa feita, veio pra cá e acabou matando um viajante perto de S. Simão. Denunciado pelo crime e por haver querido extorquir dinheiro de meu pai, veio uma escolta de São Paulo para o perseguir, o que fez até a barranca do rio da Onça, onde ao atravessá-lo em companhia de um irmão, este foi morto e ele desapareceu, nunca mais foi visto por ninguém. Deve ter morrido.

Alguns coronéis, achando que a culpa do malfeitor ter morrido era de meu pai, mandaram matá-lo. E o fizeram...

Assim, José Felix Bonfim, narrou para a História estes, entre outros fatos curiosos e interessantes, ligados a Bonfim, início da própria história de Ribeirão Preto.

Não devemos esquecer que o primeiro calçamento de Bonfim Paulista, então Vila Bonfim, foi feito na administração do Prefeito José de Magalhães, por proposição do vereador Antônio Moreno de Alagão, também subscrito pelo vereador Dr. Rubem Cione, que era a época líder da bancada do PTB – Partido do Prefeito.


Matadouro em Bonfim Paulista

No ano de 1957, Bonfim Paulista ganhou seu primeiro matadouro. Um dos antigos moradores bonfinenses. Mário Sampaio, enviou recordação, que servirá para rendermos homenagens a figuras que foram importantes na vida da cidade, como o Dr. Benedito Quartin, Miguel Padula (na época ocupava o cargo de subprefeito bonfinense), José Alexandre, o falecido Dr. José Maria Morgade de Miranda, e os inesquecíveis Costábile Romano, Rubem Cione e Orestes Lopes de Camargo, gente que muito contribuiu para o engrandecimento desta terra.

A primeira escola de Vila Bonfim foi fundada em 1906, e o primeiro professor foi José pinto Nunes. A sub-prefeitura foi inaugurada em 1906, sendo José Luciano de Andrade, o primeiro sub-prefeito.

O primeiro Centro Telefônico, data também de 1906, instalado na Praça Bonfim , n° 283.

Historicamente Bonfim desempenhou papel político de relevância. Ali foi feudo eleitoral dos saudosos cel. Américo Baptista da Costa, abastado fazendeiro, proprietário das fazendas Tambaú, Bela Aurora, Boa Vista, Lageado. Cel. Emílio Moreno de Alagão, proprietário da fazendas Boa Vista, Santa Virtude. Cel. Furquim, proprietário da fazenda Furquim. Todos coronéis da Guarda Nacional e que tinham influência política.

Devemos destacar a grande figura que foi João Pedro da Veiga Miranda, engenheiro e hábil político. Foi vereador, prefeito de Ribeirão Preto em 1908, deputado estadual e federal e, finalmente, ministro da Marinha, no governo de Epitácio Pessoa (1922-1924). Ainda lembramos do dr. Francisco Cunha Junqueira, secretário da Agricultura no governo de Estado (1928) de Washington Luiz e depois no de Ademar de Barros. Morava na Vila em uma de suas fazendas, a Brejinho.

Da. Iria Alves da Cunha Junqueira é outro justo destaque. Senhora caridosa, religiosa. Fazendeira, possuía mais de um milhão de pés de café, em 1908. Muitas foram as suas fazendas. Todos ligados a Bonfim. 


Bonfim Paulista ganha juizado de pequenas causas

Um convênio entre a prefeitura de Ribeirão Preto e o Poder Judiciário possibilitou a instalação de uma unidade do Juizado de Pequenas Causas, inaugurada em 10 de fevereiro de 1995, no distrito de Bonfim Paulista. O juizado realiza audiências semanais, para resolver questões como acidentes de trânsito e casos de defesa do consumidor.

Duas estagiárias, que já prestam assistência judiciária gratuita em Bonfim encaminharão as questões dos moradores ao juiz João Agnaldo Donizeti Gandini, que estará em Bonfim às quartas-feiras para audiências, a partir das 18 horas.

Segundo o diretor do Juizado de Pequenas Causas, Jorge Antônio Conti Cintra, o objetivo do Poder Judiciário é estimular a população a exercer seus direitos.

Segundo o secretário municipal dos Negócios Jurídicos, Feres Sabino, o projeto prevê a incorporação do Procon, à unidade. Para o administrador regional de Bonfim Paulista, Carlos Delaspora, a inauguração da unidade é de fundamental importância para o distrito. "Bonfim teve onde procurar seus direitos". justificou.

Informações gentilmente cedidas pelo Dr. RUBEM CIONE autor do livro
"HISTÓRIA DE RIBEIRÃO PRETO"
IV Volume

 

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